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Já existe uma personalidade fetal?




Antigamente o conceito de infância não existia e as crianças mal tinham condições físicas, do ponto de vista do desenvolvimento, entravam imediatamente no mundo do trabalho. No século passado, resultante de todas as modificações sociais e culturais, deu-se a descoberta do mundo da criança, das suas características próprias e das suas necessidades, quer físicas, quer psicológicas. E o bebé? Durante anos julgou-se que era um ser passivo, mero receptor de informação, tipo “tábua- rasa”. Mais uma vez, descobrimos que não é assim; que os bebés sentem e são capazes de se expressar com muita clareza, quando lhes é dada oportunidade para isso. Mas descobriu-se ainda mais! As investigações actuais, foram ainda mais ambiciosas e estudaram o feto. A mera união inicial de duas células, que se transforma em ovo e às doze semanas em feto. Será que os fetos são todos iguais?


As investigações de Piontelli e de Negri mostram que não é assim. Estas autoras observaram os comportamentos fetais de vários fetos através de ecografia e continuaram a observar os mesmos bebés após o nascimento. Observaram que não só os fetos não são todos iguais, isto é, há uma variabilidade no comportamento fetal- há fetos mais activos, outros mais passivos; uns que tendem a agarrar mais a placenta; outros que chucham menos no dedo…mas que também estes mesmos fetos, quando transformados em bebés após o nascimento, mantêm o padrão de comportamento que já manifestavam in útero. Daqui podemos concluir que não é só a infância que tem um papel decisivo no desenvolvimento da personalidade infantil, mas que todas as experiências fetais já contam para esse desenvolvimento. Talvez possamos, então, falar em personalidade fetal.


Publicado no "Nosso Jornal" em Junho 2006 (Jornal do Externato Novos Rumos- Massamá- Infantil e 1º Ciclo)


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